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Por que as franquias devem investir no E-commerce?

O mercado de franquias no Brasil é significativo e tem apresentado um crescimento consistente ao longo dos anos.

 

De acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor de franchising faturou mais de R$ 240 bilhões em 2023, um crescimento nominal de 13,8% em relação a 2022.

Considerando o período pré-pandemia, em 2019, o aumento foi de quase 30% (28,9%).

Esse resultado demonstra a resiliência e a atratividade do modelo de franchising no país, mesmo diante de desafios econômicos e sociais.

Com mais de 3.300 marcas e aproximadamente 196 mil unidades franqueadas, o mercado brasileiro de franchising continua sendo um dos mais robustos e diversificados do mundo.

Da mesma forma, a estimativa para o e-commerce brasileiro é que seu faturamento salte de R$ 349 bilhões em 2023 para R$ 557 bilhões em 2027.

Este expressivo ritmo de crescimento do comércio eletrônico comprova mudanças nos padrões de consumo para o ambiente online.

Neste sentido, a expansão exponencial das vendas online é uma realidade que não pode mais ser ignorada pelas franquias.

Mais do que nunca, devem investir na oferta de produtos e serviços cada vez mais customizados para seus clientes e usuários.

Mas por que e como exatamente as franquias deveriam investir no e-commerce?

Bem, a resposta pode ser mais lucrativa do que se imagina.

Tanto para os franqueados quanto para os franqueadores, o e-commerce representa uma oportunidade significativa de crescimento e fortalecimento da marca.

Entretanto, na maioria dos casos, é o franqueador quem fica responsável pelo gerenciamento do e-commerce.

Isso levanta a questão: como essa iniciativa pode beneficiar as franquias individualmente?

E qual seria o melhor caminho para explorarmos esse tema em nosso texto?

Uma abordagem promissora é destacar as estratégias que o franqueador pode adotar para não apenas aumentar sua relevância, mas também gerar mais receita para toda a rede de franquias.

Muitas vezes, os franqueadores limitam seu pensamento a estratégias convencionais.

No entanto, ao demonstrar disposição em compartilhar receitas provenientes do e-commerce com os franqueados, uma nova perspectiva se abre.

Quando os franqueados percebem que essa iniciativa impulsiona os resultados financeiros de suas unidades, passam a enxergar com mais entusiasmo essa oportunidade.

Afinal, isso não apenas aumenta o faturamento da rede como um todo, mas também resulta em um aumento nos royalties e na arrecadação do fundo de propaganda por parte dos franqueados.

Além disso, ao promover uma experiência mais integrada entre o digital e as lojas físicas, os franqueadores contribuem para uma maior aderência e fidelização dos clientes.

O e-commerce hoje é muito mais que uma transação online.

Ele é um espaço para trocar experiências de clientes, aproximar pessoas de interesses e valores similares e guiar comportamentos na hora da compra de um produto.

Outra possibilidade para o e-commerce é a utilização de soluções tecnológicas para promover experiências de compras mais humanizadas e personalizadas.

Por meio das tecnologias de social proof e Inteligência Artificial Generativa, por exemplo, é possível aumentar suas vendas cruzando perfis de pessoas com gostos parecidos para encorajar recomendações e compras; sugerir produtos e recomendações contextualizadas na sua página e facilitar a tomada de decisão de compra do consumidor; possibilitar que seu público interaja entre si e proporcione no seu e-commerce uma experiência de rede social; identificar o LifeTime Value dentro do seu negócio, rastrear e entender o quanto cada usuário consegue influenciar no LTV de outros clientes na rede; além de saber quais são os melhores sellers no ecossistema do seu marketplace, aumentando a relação de confiança entre lojista e cliente.

Não podemos deixar de citar o WhatsApp que oferece uma plataforma direta e pessoal para franqueados interagirem com clientes, promovendo um serviço mais personalizado e ágil.

Ele possibilita o envio de promoções e novidades em tempo real, além de facilitar o agendamento e a confirmação de serviços ou compras.

A ferramenta também permite a criação de grupos de suporte e feedback, ajudando a fortalecer a fidelidade à marca e a entender melhor as necessidades dos consumidores.

Por fim, a facilidade de uso e a popularidade do app maximizam as chances de conversão de interações em vendas efetivas.

Estratégias como estas  se traduzem em um aumento do ticket médio de compra e do número de itens adquiridos por transação.

Assim como, por meio da geolocalização pode-se personalizar conteúdos de uma região específica onde o franqueado pode atender, incluindo avaliações de clientes que vivem na mesma área.

E com isso, gerar insights valiosos sobre padrões de consumo de públicos segmentados e estratégias mais assertivas.

Algumas plataformas digitais também conseguem otimizar a operação de entrega e estoque por meio da virtualização dos estoques das lojas físicas, alimentando o e-commerce para usar estes produtos onde o pedido é melhor atendido.

Ou seja, a unidade franqueada mais próxima pode atender uma demanda do marketplace do franqueador e ser remunerada por isso.

Da mesma forma, cada vez mais marcas franqueadoras estão colocando as franquias como sellers do seu “marketplace”, atendendo, cada uma, sua região geográfica específica pela unidade com o CEP mais próximo do cliente.

Além de ser remunerada pela venda, a unidade franqueada recebe todas as informações e insights dos negócios e o feedback dos clientes sobre o produto ou a jornada de compra, criando subsídios para decisões estratégicas mais informadas.

Com essas possibilidades, o digital deixa de ser encarado como uma ameaça pelos franqueados e passa a ser visto como um aliado no sucesso do negócio.

Afinal, ao invés de competir, o e-commerce se torna mais um canal para fortalecer a marca e impulsionar as vendas, criando um ciclo virtuoso para toda a rede de franquias.

Portanto, investir no E-commerce deve ser extremamente considerável pelo franqueador e uma  oportunidade estratégica para as franquias, proporcionando não apenas crescimento, expansão geográfica, fortalecimento da marca e aumento da receita, mas também uma experiência de compra mais integrada e satisfatória para os clientes finais.

Tanto os franqueados quanto os franqueadores podem colher os benefícios dessa abordagem, desde que estejam dispostos a investir tempo, recursos e expertise na implementação e gestão eficaz do comércio eletrônico em suas operações.

 

*Por Rodrigo Chiavenato,Diretor da Vertical de Franquias da Auddas, e Daniel PIsano, Cofundador da Vurdere.

 

Fonte: Portal do Franchising